sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Cultura, aqui me tens de regresso...

Bem, depois de dois vergonhosos meses sem postar nada, resolvi dar as caras por aqui. E desta vez para falar sobre cultura que é, afinal, o motivo principal deste blog irregular.

Antes de começar, quero dizer que a ausência foi parcialmente causada por uma longa viagem a serviço e também porque estive mais envolvido com outro blog, criado pela minha amada Dani, e que trata da nossa vida a dois. Muito gostoso, se me permitem a corujice. Para os curiosos, eis o blog do Casal Sensacional! E eu disse "parcialmente" porque o outro motivo foi mesmo a preguiça, confesso.

Vamos falar sobre cultura então. Estou lendo um livro interessantíssimo do divulgador científico Simon Singh cujo título é Big Bang. Trata da teoria científica que afirma que o universo foi criado em uma grande explosão (Big Bang, em inglês) que deu origem a tudo o que conhecemos hoje à nossa volta. Mas não se trata de um material técnico, que exija algum conhecimento científico para ser compreendido. Pelo contrário. Simon Singh tem um dom: o de transformar assuntos áridos e extremamente técnicos em conversa palatável, descontraída e cativante. Nada de fórmulas, nada de teorias rebuscadas. Na verdade, para abordar o assunto, o autor faz uma regressão desde os primeiros filósofos gregos (ainda não eram cientistas por falta de uma abordagem e método adequados) que tentaram compreender o mundo em que viviam e nosso lugar no infinito. Sua prosa é agradável, leve e abrangente, embora continue minuciosa. Parece contraditório? Tente ler o autor e surpreenda-se.

Sobre o autor, posso dizer que é um mestre na arte de esclarecer assuntos espinhosos. Um outro livro dele que é delicioso trata de um assunto ainda mais árido: matemática avançada. É a sua descrição de como um matemárico decifrou um dos maiores mistérios remanescentes da teoria dos números e se chama O Último Teorema de Fermat. Também recomendo a leitura desta obra sensacional. Ele consegue explicar em detalhes, sem recorrer a tecnicismos, o desafio matemático que desafiou as mentes mais brilhantes do planeta por séculos a fio. E mesmo assim, narrado com habilidade, torna-se uma leitura instigante e saborosa. No final, você sai muito enriquecido de seus livros.

Voltando ao Big Bang, Singh não conta apenas os passos que levaram os pesquisadores até a teoria que promete esclarecer de onde viemos. Ele conta os bastidores, fala das intrigas, da política que grassa nos subterrâneos da ciência, da restistência às idéias inovadoras, etc, etc e etc. Tenho certeza que o livro agradará a qualquer um que se arrisque a lê-lo.

Simon Singh é Doutor em Física pela Universidade de Cambridge, autor literário e também produtor de séries de TV sobre temas científicos. Outros autores que seguem a mesma linha e que recomendo fortemente são Brian Greene e seu interessantíssimo Universo Elegante, que trata da teoria das supercordas, uma das mais recentes linhas de pesquisa da física que tenta desvendar de quê é feito o universo, a interação entre forças e partículas e porque elas são o que são e o que mais podemos esperar das futuras descobertas baseando-se no que já se sabe a respeito da matéria que compõe o universo. Greene também consegue traduzir temas complexos em linguagem simples, tornando tudo possível de ser entendido por pessoas comuns, munidas apenas de fascinação e curiosidade sem necessariamente disporem de conhecimento formal sobre os temas abordados. Por fim, um último autor que recomendo é o já falecido Isaac Asimov. De origem russa mas criado nos Estados Unidos, Asimov foi, na minha opinião, uma das mentes mais brilhantes que a espécie humana já produziu. Muito do que ele escreveu está desatualizado, afinal ele faleceu em 1992, vítima da AIDS, contraída por uma transfusão de sangue durante uma cirurgia. Além de possuir a mesma habilidade de escrita que os anteriormente citados, Asimov simplesmente podia debater sobre uma variedade de assuntos assombrosa. Químico de formação, brilhou mesmo foi na Astronomia e temas relacionados ao espaço, embora tenha sido um excelente divulgador nas áreas da Biologia, Física, Química e até mesmo História. Deixou vasto material publicado que, mesmo defasado em relação ao conhecimento atual, vale a pena ser lido. Sua prosa elegante e bem estruturada torna seus livros absorventes como se fossem um romance. Paradoxalmente, embora tenha se aventurado também como novelista de ficção científica, não o considero um grande autor nessa área. Seu contemporâneo e amigo de longa data, o também falecido Arthur Charles Clarke, era bastante superior em tecer a trama de uma novela recheada de assuntos científicos variados. Também o recomendo mas não como divulgador científico e sim como romancista. Soberbo.

Enfim, para não alongar ainda mais esse texto, escolha um dos livros citados e comprove o que eu estou dizendo: ciência pode ser divertida, emocionante e viciante. Basta que venha das mãos de gente habilidosa, o que é verdade para qualquer área do conhecimento humano.

Boa leitura!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Não seja um trouxa na internet!

Você, caro leitor, provavelmente tem sua autoestima em bom estado, aguçada e ativa, correto? Reconhece suas habilidades, superestima-as até, gosta de falar delas, etc., enfim, utiliza o pacote completo "eu me amo". Então por que você se comporta como um trouxa quando está na frente do computador? Lamento se começo meu texto com essas duras palavras mas a verdade é que a famosa frase que diz que "nasce um trouxa a cada minuto" continua valendo, se é que a taxa de crescimento não aumentou.

"Mas por que tudo isso?", você deve estar se perguntando. Porque muitos usuários de computador parecem ter um interruptor do tipo "liga/desliga" que é usado somente quando estão na frente do computador. Acompanhe meu raciocínio: você conhece gente que vai ao banco e olha até por cima do ombro antes de usar um caixa automático, desconfia quando o caixa pede seu CPF pra aceitar um cheque, não gosta de dar seu celular pra ninguém e por aí vai. Então por que essa mesma pessoa se transforma num completo inocente (eu ia usar "trouxa" mas resolvi aliviar a mão) quando está na frente do micro?

Eu e minha mulher ficamos estarrecidos com alguns comportamentos de pessoas que consideramos inteligentes pra todos os outros aspectos da vida prática mas que parecem desligar o cérebro quando estão na internet. Um caso clássico é o famoso "e-mail que vai pagar alguma coisa a cada envio para sua lista de amigos". Provavelmente o raciocínio de quem repassa esse tipo de mensagem é: "não me custa nada, né? Afinal, se alguém vai pagar é o emissor do e-mail original e se não pagar, nada vai acontecer." Perfeito! O raciocínio que o criador da malfadada mensagem queria incutir no usuário!

Perceba o que esse usuário está fazendo. A mensagem diz que pagará, sei lá, 30 centavos para cada destinatário incluído no envio. Para comprovar o envio, você deve encaminhar o e-mail para seus trocentos amigos e com cópia para o autor da mensagem para que ele possa ver quantos destinatários receberam a mensagem e calcular o valor a ser pago. Claro que isso pressupõe que você vai mandar o e-mail sem usar a opção "cco" (Com cópia oculta), de forma que os destinatários apareçam e permita o cálculo do suposto valor a ser pago.

O que está acontecendo aqui? Primeiramente, quem age assim está passando recibo de sua ignorância. Ninguém pode se dar o luxo de ser simplório em informática já faz tempo. Se o assunto é internet, pior ainda, porque as consequências podem ser muito mais imediatas. Quem realmente acredita que haverá uma doação de valores, comida, ração, celular grátis ou seja lá o que for, baseando-se numa mensagem cretina dessas? A única coisa que o inocente usuário está conseguindo aqui é publicar sua enorme lista de contatos para quem tiver acesso ao e-mail. E depois esse mesmo inocente (trouxa) reclama que só recebe lixo pelo e-mail. Mas é ele que está fornecendo a lista de contatos para quem manda esses e-mails!

Sinto muito se hoje não estou nos meus melhores dias mas o fato é que 70% do que entra nas minhas caixas postais é lixo alimentado por pessoas "inocentes" (o adjetivo correto você já entendeu qual é). Depois essas mesmas pessoas reclamam que recebem vírus, propaganda aos montes, trojans pra roubar senha de banco e só Deus sabe o que mais.

Claro que muitas vezes isso é motivado por inexperiência no uso dos programas. Por exemplo, o correto a se fazer em e-mails comuns é enviá-los de forma que os destinatários não fiquem aparentes. Para isso, usa-se o campo "cco" em vez de "para" e "cc". O problema é que esse campo "cco" não é apresentado como padrão pelos programas de correio, o que já complica a vida dos novatos. Aproveitando e deixa, explico que para ativar o "cco" nos programas de correio mais comuns basta iniciar uma nova mensagem, clicar em "exibir" na janela de mensagem e marcar o campo "cco". Ele passará a ficar ativo daí em diante.

Todos os destinatários listados ali não serão visíveis para quem recebe a mensagem. Assim, evita-se expor as caixas postais dos seus amigos e tenho certeza de que eles prefeririam assim. São procedimentos simples como esses que dificultam a vida dos spammers que tanto nos incomodam com seu lixo eletrônico. A falta de cuidado dos internautas facilita muito a vida dessa gente. Se você quer combater esse tipo de atitude dos seus amigos desligados, diga-lhes para usarem o campo "cco" sempre que enviarem mensagens para várias pessoas. Eu mesmo faço isso com meus contatos. E não me acanho, não. Uma prima minha me mandava essas mensagens com destinatários visíveis. Pedi a ela que passasse a usar o campo "cco". Continuou mandando abertamente. Pedi novamente que fizesse do jeito certo. Continuou ignorando meu pedido. Simplesmente pedi pra ela me descadastrar e parar de me mandar e-mails. Nisso eu fui atendido. Não sei se ela ficou magoada e sinceramente não me preocupo com isso. Prefiro me indispor com pessoas teimosas a fragilizar minha segurança ou afetar minha paciência.

Outra atitude minha é nunca mandar cartões virtuais. E já aviso a todos meus contatos em épocas como Natal e Ano Novo que simplesmente vou apagar todos os e-mails que vierem com cartões. Não vou abrir nenhum. Digo a eles que se quiserem mandem texto simples no e-mail mas nada de links pra clicar e abrir cartões. Esses eu deleto. Ou se preferirem, me liguem. Vou achar muito mais gostoso até.

Portanto, olho vivo. Cerque-se de cuidados. Tenha bons firewall e antivírus (sempre atualizado) e esteja sempre atento. Não clique em links vindos por e-mail de fonte desconhecida. Mesmo os vindos de fonte conhecida podem ser fonte de problema. Pode ser um remetente se passando por algum contato seu ou um amigo pode estar repassando uma mensagem sem saber que ela é fraudulenta. Lembre-se que todos os bancos sérios nunca pedem para você clicar em nada. Quando necessário, pedem para você entrar no site da instituição ou procurar uma agência. Em suma, não seja um trouxa na internet.

Abraço.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Japa in box. O prazer da culinária japonesa!

Sim, caros 3 leitores! Eu agora gosto de comida japonesa! Yes! Você não leu errado. Explico... Quem me conhece sabe que não gosto de frutos do mar, salvo as honrosas exceções do atum e salmão e que tolero camarões. Ponto. E olhem que esses três já são concessões que eu não faria no passado. Mas realmente gosto dos primeiros dois e encaro o terceiro com bravura.

A grande novidade é que a culinária japonesa entrou na minha vida recentemente, e como sempre pelas mãos da minha querida Daniela. Fiquei fã! Ontem mesmo estivemos no nosso templo predileto, o restaurante Saikô. Um lugar bonito, gostoso e com delícias de tirar o chapéu (alguém ainda usa chapéu?).

Foi exclusivamente pela qualidade das iguarias do local que eu me rendi. Já havia provado um sushi há muitos anos e francamente tinha ficado abaixo do camarão, ou seja, menos que tolerável. Mas acho que foi uma infeliz confluência de inadequações. O prato não era tão bem preparado (era um "genérico") e eu não estava realmente imbuído da vontade de conhecer coisas novas. Mas há 6 meses tudo foi diferente.

Estava com minha amada mulher numa de nossas primeiras saídas para jantar (explico também que este é meu segundo casamento e que, tenho certeza, será meu definitivo) e resolvi encarar o "problema" de tentar novamente "traçar um japa", no bom sentido, é claro. Como vocês sabem, o amor é lindo! Então, cheio de energia pela nova relação, um começo maravilhoso (que, por sinal, perdura até hoje e não dá sinais de enfraquecimento), uma empolgação enorme e aí comer algo que, em princípio, não me interessaria foi fácil. E não é que eu gostei?! E muito! Achei delicioso. E a segunda vez foi ainda melhor, porque já estava iniciado no assunto. Hoje eu realmente adoro a dita cuja cozinha japonesa e vamos com frequência ao restaurante. Como a Daniela já é grande conhecedora de restaurantes japoneses, estivemos em vários outros, até porque variar é importante, mas concordamos que o melhor mesmo é o Saikô. Um lugar que eu recomendo sem ressalvas e com a certeza de ter dado uma ótima indicação.

Se você mora em Porto Alegre, agradeça aos céus e compareça. Se veio só a passeio, não deixe de conhecer o local. Sei que você vai gostar tanto quanto eu. Fica na Av. Ijuí, quase na esquina com a Nilópolis, ao lado da Praça da Encol (a Encol nem existe mais, no entanto a praça ainda lhe rende tributo por ter deixado tanta gente na mão).

Nos vemos lá! Boa refeição!

domingo, 2 de maio de 2010

Comodo recebe nota máxima entre os firewalls testados pelo site Matousec. De novo.

O Comodo Internet Security conseguiu mais uma vez. Foi o primeiro e, até o momento, único produto testado pelo conceituado site Matousec a atingir a perfeição nos testes de segurança a que foi submetido.

Há anos que o site se dedica a testar produtos de segurança, mais especificamente firewalls. Por ele tomamos conhecimento de ótimos produtos, como o OnlineArmor Firewall, o PCTools Firewall Plus e o Outpost, além do próprio Comodo que, por sinal, coleciona vitórias desde sua versão 2.x. O site vem continuamente expandindo sua base de testes à medida que os firewalls vão evoluindo e atingindo notas altas, de forma que esse contínuo crescimento obriga os softwares a se aprimorarem no mesmo ritmo, gerando um círculo virtuoso.

Há poucos meses, o número de testes aplicados passou de 84 para 148, abrangendo uma gama muito maior de vulnerabilidades. Para se ter uma idéia, outros produtos conhecidos como ZoneAlarm ou Norton Internet Security ficam pelo caminho quando submetidos aos testes. Para o site, qualquer produto que não atinja pelo menos a nota "very good" (muito bom) não é recomendável.

O firewall da Comodo é tido como um dos mais conceituados desde muito tempo. Nos primeiros testes a que foi submetido, ainda na versão 2.x, ele apresentava várias falhas mas os desenvolvedores eram muito rápidos na correção, de forma que em poucas semanas ele passou a figurar entre os melhores e depois entre os perfeitos, de onde não saiu mais. E agora, com a nova suíte de 148 testes ele foi o primeiro e, por enquanto, único produto a atingir a excelência. E o mais interessante sobre o Comodo é que ele sempre foi absolutamente gratuito! O produto tem uma versão paga, com suporte pelo fabricante, mas a versão gratuita já é soberba. Somente seu antivírus, que integra o pacote "Internet Security", ainda é muito fraco e não recomendado. Mas quem quiser utilizar somente o firewall pode simplesmente desabilitar a instalação do antivírus durante a instalação.

Outros produtos também são bastante seguros, como o OnlineArmor, que também possui versões gratuita e paga, ou o Outpost, que se deu bem na antiga suíte de 84 testes mas derrapou na nova bateria de 148 testes e caiu para a faixa dos "não recomendados". Mas se trata de outro produto sólido e que rapidamente deve galgar postos na lista.

O problema é que os testes passaram a ser mutio demorados agora. Como a lista de verificações é extensa, leva um tempo considerável para que um produto seja testado. Em função disso, o site impôs limitações ao número de avaliações que um produto pode sofrer por ano. Isso significa que o Outpost pode ter as falhas corrigidas muito antes de voltar a ser avaliado, por exemplo. De qualquer forma, é reconfortante para nós, usuários, sabermos que há excelentes produtos à disposição e alguns absolutamente gratuitos. E no caso do produto da Comodo, outra vantagem é o fato de ele estar totalmente portado para o português.

Interessado? Visite o site da Matousec (em inglês) indicado acima ou o site da Comodo e sinta-se tranquilo: você estará protegido.

Abraços.

Novo desvio de rota

Ei! Eu já vi esse filme antes! Sim, caro leitor. Se você é um dos 3 que viu esse blog nascer, então já viu mesmo esse filme. Mudei o rumo das coisas mais uma vez. Sim, de novo. Eu tentei não fazer isso, juro! Mas o problema é que eu gostaria de deixar esse espaço mais flexível. Se eu conheço um restaurante bacana, por que não poderia indicá-lo aqui? Então eu dei uma discreta alterada no título do blog e outra bem menos discreta na descrição do mesmo. Mas espero que todos saiamos ganhando com essas alterações.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Wireless: o trivial variado

E então eu tenho uma rede wireless! Quem diria, não? Ok, ok, você tem razão. Uma rede wireless já deixou de ser novidade há mais de ano já. Talvez dois. Mas pra mim ainda tinha ares de novidade. Afinal, pra quê eu precisaria de uma rede wireless? Meu grande e nada discreto desktop sempre esteve conectado no modem do Virtua e aquele trambolho é tão portável quanto um saco de cimento. Mas de lá para cá, muita coisa mudou na minha vida e na minha rotina. Agora não tenho apenas um saco de cimento com 800 GB de disco e um processador Core2Duo que já foi moderno um dia. Agora tenho também um notebook Dell que me parecia o último grito em modernidade quando chegou há praticamente um ano. Mas tive novamente que rever meus conceitos quando dei para minha mulher um daqueles elegantérrimos netbooks da Acer, o Aspire One, que a gente tem a impressão que se não tomar cuidado vai acabar perdendo debaixo da unha.

O fato é que esse arsenal todo estava pedindo uma solução de conectividade à internet que fosse mais prática que aqueles trabuquinhos espetados nas portas USB que atendem pelo pomposo nome de modems 3G. Meu modem é da falecida Brasil Telecom, atual Oi, e funciona que é uma beleza no centro de Porto Alegre, onde conecto durante o expediente. Mas quando volto pra casa, aqui na zona sul, ele sofre pra conseguir uma conexão decente. Isso porque aqui no interior o sinal não é tão bom. Mas pelo menos o plano é generoso (quando pega!): sem franquia, posso ficar conectado a perder de vista e o valor mensal é fixo. Já aconteceu de trafegar mais de 4 GB numa tarde, entre downloads e uploads. Mas à noite, em casa, era difícil arrancar dele algo que prestasse. Me senti de volta ao tempo das antenas internas das TVs pré-históricas (antes da TV paga ou digital, ou seja, na Idade Média) em que a gente ficava girando as hastes pra todo lado procurando uma réstia de melhoria na imagem. É o que eu fazia com meu trabuquinho em busca de um sinal aproveitável aqui na nossa sala.

Minha mulher, por outro lado, tem um poderoso trabuquinho da Vivo. Indiscutível: é o melhor sinal no RS. Vai do excepcional ao bastante bom e raramente te deixa na mão. A cobertura de melhor qualidade, sem dúvida. Infelizmente, a má notícia é a franquia. Exagerou, dançou. Você é gentilmente brindado com valores-surpresa na sua fatura mensal (esse hífen também caiu na Deforma Horrorgráfica? Deus do céu! Não respeitam mais ninguém hoje em dia...)

Posto que agora temos praticamente um CPD em casa (o que? Você não sabe o que é um CPD? Sorte sua! Sinal de que tem no máximo 20 anos de idade. Que inveja!), tentar fazer malabarismo com os modems espetadinhos nas portas USB estava ficando um saco! Aí eu resolvi comprar um roteador wireless e hoje finalmente instalei o troço.

Gente, é simplesmente uma delícia. Estou escrevendo esse texto confortavelmente torto na nossa cama de casal, com um travesseiro que certamente não faz as vezes de almofadão mas, que diabos!, eu estou adorando! Agora todo mundo está pendurado no Virtua que, certamente, vai passar por um upgrade de velocidade. :) Welcome to the jungle, babe.

Se eu fosse um pouco mais esperto teria antecipado a sensação de liberdade proporcionada pelo brinquedinho mas, como minha mulher sempre me lembra, eu sou um pouco cabeçudo. Mas antes tarde do que nunca. Descobri que é muito bom poder ir pra qualquer canto do apartamento com o noutibúqui a tiracolo pronto pra entrar em ação. Neste exato momento estamos nós dois, cada um no seu micro (eu no brogue e ela olhando sites de decoração, sua nova paixão já faz uns 5 dias, ou seja, falta pouco pra mudar de interesse). Sim, crianças, nem só de sexo vive o homem por isso a cama de casal também serve pra isso: conectar-se à internet, o que mais?

Bem, qual será meu próximo movimento agora? Ainda não sei... Mas estou namorando um toca-discos (pick up para os puristas) USB da Ion Audio que eu vi no shopping há 3 dias. Coisa mais linda! Vocês, da nova geração, não tiveram a oportunidade de apreciar um LP sendo tocado num destes. Não dá pra explicar o que vocês perderam. Só vendo pra entender. Ou nem vendo, sei lá. Enfim, o dito cujo é uma graça mas caro que dá medo, portanto vai ficar em banho-maria até criar vergonha na cara... Snif... :'(

Well, por hoje é só, pessoal.

Ah, só pra encerrar, já está bastante claro que esse blogue não está mais tão alinhado com o que a descrição no topo parece indicar. Acho que vou ter que mudar novamente o foco. Ai, ai... (suspiro)

quarta-feira, 31 de março de 2010

Convertendo seus DVDs para formato digital facilmente

Você, caro leitor, certamente já ouviu falar de vídeos disponíveis na internet em vários formatos digitais. Talvez até já tenha baixado alguns para seu computador, não é? Mas se você for leigo, pode imaginar que produzir vídeos é algo muito complexo, somente para iniciados, geninhos da informática ou, como os chamamos carinhosamente, escovadores de bit.

A verdade é que é bastante simples converter vídeos para formatos digitais. Num tópico anterior eu falei sobre converter seus CDs para formato digital e poder ouvir livremente suas músicas enquanto seus CDs continuam guardados em segurança. O que estou propondo aqui é a mesma coisa mas agora tratando de DVDs. Você pode fazer cópias digitais de seus DVDs e usá-las à vontade, mantendo seus discos preservados e eternizados, garantindo seu investimento.

Fiz um tutorial em PDF com várias telas explicativas, mostrando com detalhes a forma de se trabalhar com um programa chamado HandBrake, um software muito interessante, opensource e fácil de usar. Ele usa, entre outros, um codec chamado x.264, que é a versão também opensource de um codec chamado H.264 e que vem sendo considerada a sensação do momento na área de conversão de vídeos. Todos os softwares envolvidos no tutorial são opensource ou freeware, de forma que não há caras licenças envolvidas nem pirataria de software. Você pode usá-los despreocupadamente e fazer cópias dos seus discos de forma segura.

Tudo de que você precisará é de um computador com leitor de DVD, um bom processador (quanto mais poderoso, mais rápida será a conversão) e muito espaço em disco. Por outro lado, você ficará surpreso ao ver que o processo é muito simples, de fato. Após umas poucas conversões você estará trabalhando sem olhar para o tutorial. Confie em mim. :)

Você poderá incluir todas as legendas e todos os idiomas que quiser, deixando de lado o que não interessa. No tutorial há um link para um arquivo de demonstração do trabalho final. São apenas 11 MB. baixe-o e veja por si só. No tutorial você verá como alternar entre legendas e áudios.

Bem, chega de conversa fiada. O tutorial em si pode ser baixado nesse link. E lembre-se de comentar aqui seus sucessos ou pedir ajuda nas eventuais dificuldades. Estamos aqui pra isso mesmo: compartilhar conhecimento e nos divertirmos. Eu certamente estou.

Abraço.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Moderninho? Quem? Eu?

Ultimamente temos ouvido falar bastante sobre tecnologia de imagem em 3D. A tecnologia existe há muito tempo e mais de uma vez se tentou introduzi-la no mercado mas até então sem sucesso. Era tratada pela população como uma curiosidade mas nunca se sustentou economicamente, voltando ao limbo até a próxima surtida.

Eis que os novos lançamentos deram uma oxigenada na técnica. O estrondoso sucesso de Avatar e outros lançamentos recentes chamaram a atenção do público e tudo indica que desta vez o sistema 3D veio pra ficar. Melhorias técnicas (que ainda não dispensam o uso de óculos especiais, infelizmente) e filmes com grande apelo popular devem consolidar de uma vez essa forma alternativa de mergulhar na realidade cinematográfica.

O cinema, desde sempre, foi um meio de entretenimento envolvente. Quando estamos numa sala de projeção, nos esquecemos do mundo real por um período de aproximadamente duas horas. Nossos problemas, nossos compromissos, nossas personas até, ficam adormecidas e durante aquele espetáculo nós passamos a ser outras pessoas, a viver outras "realidades". Uma tecnologia que torne a ambientação ainda mais envolvente tem um grande apelo, com certeza. Mas isso não substitui a necessidade de ter algo a se apresentar ao público. Filmes ruins não tornarão a tecnologia um sucesso, até porque os ingressos custam mais que os das salas convencionais e a novidade em si não é um fim que justifique tirar alguém de casa para ir ao cinema. Ela é, como sempre, uma ferramenta, um meio de tornar mais interessante uma boa história, com um bom elenco, cenários, etc.

Essa é uma modernidade fácil de assimilar, até. O uso de óculos especiais não serão limitadores à aceitação por parte do público. Por outro lado, para mim, nem toda modernidade é bem-vinda. Ainda não tive a oportunidade de ter em mãos o Kindle, iPad ou qualquer outro leitor eletrônico (e portanto escrevo usando apenas meus preconceitos) mas não consigo me imaginar lendo um livro numa tela digital. Para mim, livro é livro. Simplesmente não consigo me concentrar lendo algo na tela de um computador. Sei que existem motivos ecológicos para adotar a nova tecnologia e provavelmente não terei como resistir a ela eternamente, se a mesma se estabelecer. Apenas considero que resistirei o quanto puder.

O livro tem um charme. Quem gosta de livros sabe do que eu falo. O peso nas mãos, o toque do papel, a virada de página, o cheiro do livro, tudo isso faz parte da ambientação que ele proporciona. Ainda que não intencional, é como se fosse a nossa sala de cinema durante uma leitura. Ao reconhecermos todos esses detalhes familiares, nos sentimos à vontade, nos recostamos na poltrona favorita e mergulhamos no texto e ,tal qual no cinema, nos esquecemos do mundo real à nossa volta.

O fato é que eu sou um sujeito apaixonado por tecnologia, me interesso por novidades mas não necessariamente me deixo envolver por cada um de seus novos aspectos. Existem coisas que sempre terão um lugar especial na minha vida e que não são substituíveis por equipamentos, gadgets ou coisas que o valham. Ou seja, sou um romântico. :)

Mas tudo bem. Se você não pensa assim, no problem! O importante é não se tornar um alienado tecnológico mas também evitar se tornar refém das novidades. Encontre seu ponto de equilíbrio, sua zona de conforto. Não fuja da experimentação mas não se renda à tecnologia só pela novidade. Descubra o que o deixa satisfeito, tranquilo e mãos à obra. Esses momentos de lazer são seus e, como tais, sagrados. Portanto, cumpra seus rituais com a pompa e circunstância que eles merecem. E seja feliz.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Volta às origens

Depois de uma longa ausência e duas postagens não relativas ao tema proposto pelo blog, vamos tentar uma volta às origens.

Uma das propostas deste blog sempre foi a de divulgar conhecimento sobre formas digitais de entretenimento. Nesse quesito, o assunto de maior destaque sempre foi (e continua sendo) o formato digital de músicas. Tudo começou há muito tempo. Quando surgiu a internet, não demorou muito para que os usuários experientes (os chamados "micreiros" ou, mais carinhosamente, "escovadores de bit") percebessem que a Grande Rede, ainda incipiente, se prestava para troca de informações de forma até então impensada: usuários mandando e recebendo (compartilhando) músicas entre si.

Para que isso fosse possível, era necessário tornar os arquivos de áudio pequenos o suficiente para trafegar pela rede. Lembrem-se que tudo começou com as abomináveis conexões "dial-up", ou seja, por linha telefônica. No Brasil, o fenômeno era ainda mais perverso porque, além da internet comercial ter demorado um pouco para chegar ao grande público, a nossa realidade de telefonia era particularmente desoladora. Linhas com baixa qualidade, cheias de ruído e com quedas constantes nas ligações infernizavam o internauta mais empedernido. Com o passar do tempo, a realidade foi mudando substancialmente e hoje o número de usuários desse tipo de conexão já deve ser minoria. A banda (nem tão) larga já faz parte do cotidiano do brasileiro de todas as camadas sociais. Ainda pagamos caro por um serviço de qualidade que não passa de razoável mas quem sabe como pode ser torturante uma conexão por telefone dá graças aos céus por termos pelo menos alternativa de acesso.

De qualquer forma, como já disse, era preciso reduzir o tamanho de arquivos de música para ser possível enviá-los e recebê-los pela internet que nascia. Para explicar porque isso é importante, explico: em formato "cru", sem compactação ou nenhuma codificação especial, uma simples música extraída do CD e gravada no computador em formato RAW (o próprio formato nativo do CD) ocupa muitos megabytes. Por exemplo, uma faixa de 4 minutos de duração se transformaria em um arquivo de aproximadamente 40 MB! Como fazer para mandar um arquivo desse tamanho em uma conexão por telefone que trafegava, quando muito, 3 Kbytes por segundo? Com muita sorte (linha estável, sem ruídos) você levaria quase 4 horas para baixar uma música! Ou seja, impraticável.

Foi nesse universo que surgiram os formatos digitais. O MP3 não foi o primeiro, acredite. Antes dele houve outros, inclusive um obscuro MP2 que poucos tiveram a oportunidade de conhecer. Mas o MP3 foi o primeiro que realmente vingou. Isso porque permitia uma redução drástica no tamanho de um arquivo sonoro. Essa redução variava de acordo com a qualidade desejada por quem fazia a conversão. Tanto podia resultar em uma música de qualidade sofrível (os malfadados MP3 de 128 kbps ou menos) ou em música de boa qualidade (MP3 com bitrate de 192 kbps ou mais). Dependendo do que se escolhesse, seria possível produzir arquivos cujo tamanho teria em torno de 10% do tamanho original. Ou seja, uma música em (eca!) MP3 de 128 kbps teria 4 MB em vez dos 40 originais. Naquele universo, era suficiente e isso fez com que proliferassem os arquivos nesse formato e com essa qualidade.

Quando a velocidade das conexões começou a melhorar com o surgimento da banda larga, mais rápida e confiável, a demanda por melhor qualidade de áudio começou a se impor, já que o tamanho dos arquivos começou a perder importância. Por conta disso, hoje em dia a maior parte dos usuários que entendem um pouco do assunto considera que MP3 com bitrate de 128 kbps é muito ruim e procura por conversões alternativas que lhes sejam mais adequadas.

O fato é que hoje em dia, o MP3 continua sendo o formato digital preferido para áudio mas não é o único e nem mesmo o melhor. Existem alternativas mais modernas como o AAC, WMA ou Vorbis, para citar alguns. Mas devido ao seu longo reinado, o MP3 tornou-se difundido demais para ser ignorado. Assim, muitos aparelhos de som "convencionais" já incorporaram o formato e seus concorrentes ainda amargam uma certa resistência por parte dos fabricantes. Tanto o MP3 quanto o WMA são formatos proprietários, ou seja, seus desenvolvedores detêm patentes de uso e isso obriga todo fabricante de equipamentos de áudio, players, celulares e etc a pagar-lhes royalties para incluir o suporte aos formatos em seus produtos. Por isso, causa estranheza que outros formatos como o Vorbis, que são open source e, portanto, completamente gratuitos não sejam utilizados pelos produtores de hardware. Isso fica ainda mais incompreensível quando avaliamos que o Vorbis é muito superior ao MP3 ao permitir som de alta qualidade em arquivos menores. Mas em informática é tristemente recorrente a "vitória do mais burro". Produtos de qualidade superior foram, muitas vezes, sobrepujados por outros de qualidade inferior. Um caso clássico é o sistema operacional OS/2, da IBM, considerado muito superior ao Windows da Microsoft. Ambas as empresas trabalhavam em conjunto no desenvolvimento de ambos os sistemas mas é unânime a opinião que a Microsoft simplesmente se aproveitou da experiência da IBM no desenvolvimento de sistemas operacionais para produzir seu Windows 95 e conseguiu se impor no mercado por uma campanhas agressivas de marketing e ofertas comerciais, apesar da evidente superioridade do OS/2, que acabou morrendo. Enfim, há outros exemplos que nos mostram que o fato de ser o mais aceito não quer dizer que seja necessariamente o melhor. Longe disso, aliás.

Como a discussão sobre bitrates de áudio e formatos ficou um pouco no ar (e eu não quero tornar este texto desnecessariamente técnico), para quem quiser se aprofundar um pouco sobre o assunto (inclusive conversão de vídeo), recomendo a leitura de um texto que desenvolvi já há algum tempo e que pode ser encontrado nestes links:

Opção 1

Opção 2

De qualquer forma, o importante é que há vários formatos disponíveis e, para cada um deles, é possível produzir seus arquivos de áudio da forma que você quiser, equilibrando o custo (tamanho do arquivo) e benefício (qualidade desejada). Existem bons programas para fazer a conversão de CDs para formato digital. O próprio Windows Media Player permite isso, embora normalmente ele converta para o formato próprio do Windows, chamado de WMA ou Windows Media Audio. Ele também permite gerar arquivos em MP3 mas isso exige uma fuçada básica nas configurações do player. A Microsoft não faz nenhuma questão em incentivar outro formato que não seja o dela e deixa isso bem claro ao esconder essas opções no player.

Além do próprio Media Player, existem outras soluções muito boas, tanto pagas quanto gratuitas. Dentre os free, o que mais gosto de usar é o CDEX (http://cdexos.sourceforge.net) que permite criar arquivos em vários formatos (MP3, Vorbis, etc). Tenho um tutorial em vídeo-aula que explica como configurar e utilizar o software e que postarei aqui posteriormente.

Bem, se surgir alguma alma interessada em saber mais sobre o assunto, manifeste-se ou cale-se para sempre. :)

Abraço.

PS: conforme prometido, o link para a vídeo-aula do CDEX está aqui.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Feliz aniversário, meu amor!

Querida Daniela,

este é o primeiro dos seus aniversários que passamos juntos e sei que muitos outros virão, cada um recheado de novidades conforme caminhamos em direção ao futuro maravilhoso que prevejo para nós.

Sempre estarei ao seu lado e você ao meu, tenho certeza. Temos uma vida deliciosa juntos mas ainda temos muita coisa para conhecer e algumas conquistas importantes para concretizar. E sei que faremos tudo isso.

Parabéns, minha amada. Te amo muito e sei que você percebe isso.

Marcelo.